Áreas degradadas – Conceito
Áreas degradadas são genericamente denominados sítios em que ocorreram alterações de suas características químicas, físicas e biológicas resultando na degradação nas condições ambientais da fauna e flora. Exemplos de áreas degradadas são erosões resultantes de ações humanas como obras de engenharia, uso intensivo do solo sem o correto manejo no caso da agricultura, área afetada por um desastre ambiental de uma mineradora, desmatamentos, de origem natural como deslizamentos de terra ou outros desastres .
Áreas degradadas perdem toda sua capacidade produtiva, pois toda sua camada fértil é carreada ou soterrada. No caso do carreamento ocasiona assoariamentos em rios e lagos , aterrando várzeas e nascentes causando deterioração dos recursos hídricos.
Qual a diferença entre recuperação e restauração?
Quando se encontra uma área degrada ela deve ser restaurada ou recuperada, dependendo da situação. A recuperação de uma área degradada diz respeito a restituição a uma condição de não degradada que pode ser diferente do original e a restauração é a restituição do sitio a uma condição muito semelhante a original.
Como restaurar uma área degradada em 7 passos?
Existem diversas técnicas de restauração ou recuperação. Porém antes de iniciarmos intervenções no local devemos evitar interferência externas.
- Deve-se cercar a área afim de evitar a entrada de animais herbívoros domésticos como vacas, ovelhas e cavalos. Além de comer mudas e a cobertura vegetal do solo, realizam o pisoteamento do solo e cursos hídricos causando compactação, uma condição desfavorável a regeneração.
- Num segundo passo deve-se examinar o solo e realizar intervenções de prevenção de erosões com técnicas adequadas. Em ambientes urbanos deve-se privilegiar uma boa drenagem, pavimentação de ruas com alta declividade, estabilização de taludes e aterros. Em áreas rurais executar plantios em curvas de nível, terraceamento e a construção de canais escoadouros.
- A realização de uma análise de solo deve ser efetuada para avaliar a capacidade agronômica da área. A correção de nutrientes e pH da terra é de vital importância para o crescimento da vegetação natural. Geralmente encontramos solos pobres e sem capacidade de suportar a flora. Neste caso deve se realizar uma estruturação completa do solo, recompor toda sua camada fértil constituída basicamente de material orgânico. Caso o solo tenha sido contaminado, em caso de aterros ou lixões deve-se proceder a investigação de passivos e sua remediação.
- O planejamento da recuperação deve ter como objetivo prover uma nova dinâmica de sucessão ecológica, assim sendo, deve levar em conta o tipo de bioma em que esta inserido o site para escolha das espécies mais indicadas. O conhecimento das variáveis ambientais é de suma importância para escolha da técnica mais favorável a recuperação.
- Hora de escolher a técnica a ser utilizada. Podemos utilizar a nucleação, onde se cria pequenos capões de mato, utilizando-se da prerrogativa que as espécies tem capacidade de melhorar o meio para favorecer a multiplicação. O plantio de mudas nesse sistema facilita a propagação da floresta sem maiores investimentos em plantios de mudas em toda a área. No técnica de nucleação devemos utilizar espécies pioneira e não pioneiras escolhendo geometrias específicas para melhorar o pegamento das mudas e sua função no sistema.
- Para adensamento de indivíduos a transposição de solo de áreas não degradadas funciona como banco de sementes que tendem a germinar e auxiliar no aumento de espécies e indivíduos, além de representar variabilidade genética. Utilização de galhos sobre o solo também pode ser considerada uma boa técnica, pois funciona como abrigo a pequenos animais que carregam consigo sementes que germinam, bem como protege o solo e conserva sua umidade. Pode-se também utilizar poleiros, onde aves deverão pousar e através de suas fezes ocorrer o espalhamento de sementes.
- Monitorar o crescimento da sua floresta periodicamente, replantar mudas que não pegaram, plantar árvores de espécies climas, roçada e coroamento são atividades que devem ser feitas ao longo do tempo, após o plantio da floresta.